OZONIO NA PODOLOGIA

OZÔNIO

Desde o século XIX, a ozonioterapia tem seus primeiros estudos que foram desenvolvidos na Alemanha. Inicialmente o tratamento era utilizado para combater a ação de bactérias e germes na pele humana. Durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) médicos alemães e ingleses utilizaram o ozônio para o tratamento de feridas em soldados. Erwin Payr, importante cirurgião austríaco, professor em Leipzig, fez uma experiência com o tratamento de ozônio por seu dentista, E. A Fisch, e em 1935 apresentou uma publicação de 290 páginas intitulada "O tratamento com ozônio na cirurgia". E este foi o início da ozonioterapia que conhecemos hoje. A ausência de materiais adequados, resistentes à oxidação - como plásticos para aplicação local de ozônio em feridas, ou insuflação retal do gás - tornava sua utilização complicada, razão pela qual foi durante um tempo esquecida. Particularmente o conhecimento da aplicação médica do ozônio difundiu-se pela Europa, e ganhou grande aderência nos países do leste europeu, particularmente na Rússia. Pelo estreito contato tecnológico com a Rússia, Cuba passou a desenvolver também sua experiência com o uso do ozônio, e hoje detém a maior experiência em sistema público de saúde com 35 Centros Clínicos de Ozonioterapia, além de unidades hospitalares e o maior centro de pesquisa básica e ensaios biológicos de ozônio. Hoje também o ozônio está sendo desenvolvido em outros países, como no Canadá, México, e alguns Estados Norte-Americanos e países da Ásia como China, Malásia e Coreia.

Hans H. Wolff dedicou sua vida à pesquisa e aplicação do ozônio e em 1979, um ano antes de sua morte, publicou seu livro "O Ozônio Medicinal" onde apresenta sua pesquisa e prática médica do uso do ozônio. Ele fundou a Sociedade Médica Alemã de Ozônio, posteriormente renomeada Sociedade Médica para Aplicação Preventiva e Terapêutica do Ozônio. No Brasil, o médico Heinz Konrad iniciou a prática em 1975 na sua clínica em São Paulo, e com ela trabalha até hoje. Em meados dos anos 90 o Dr. Edison de Cezar Philippi (in memorian) introduziu a prática em Santa Catarina e difundiu a Ozonioterapia em inúmeros cursos e congressos. ( FRASCINO, 2014)

O ozônio é uma molécula natural, instável, composta por três átomos de oxigênio, que ao entrar em contado com os tecidos e líquidos sofre reações gerando espécies reativas de oxigênio (ROS) e produtos lipídicos oxidantes (LOPs). As moléculas de ROS e LOPS agem no organismo produzindo ações, como: efeito germicida, estimuladores da reparação tecidual, modulador imunológico, entre outros.

Como se trata de um agente oxidante, fica uma pergunta. Como eu quero estimular um trabalho antioxidante com um agente oxidativo?

Levando em consideração que 80 % das pessoas estão em desvio catabólico, ou seja, estão em oxidação, e a grande maioria das doenças crônicas degenerativas tem como causa, agentes do stress oxidativo. O que o ozônio faz, é estimular o sistema antioxidante endógeno, e fazendo um pré condicionamento. Uma das ações deste gás é corrigir os efeitos oxidativos crônicos.

O gás ozônio é muito mais que a camada da estratosfera que nos protege. É um gás com infinitas aplicações, nos mais diversos campos de atividade humana.O ozônio é um dos gases mais importantes na estratosfera que cerca nosso planeta.
Esta camada protetora de ozônio age como um filtro da energia ultravioleta (UV), altamente destrutiva, que vem do sol, ajudando a manter o equilíbrio biológico em nosso planeta. O ozônio é a forma triatômica do oxigênio enquanto o oxigênio é normalmente encontrado em sua forma diatômica (O²). Forma-se quando as moléculas de oxigênio (O²) se rompem, e os átomos separados combinam-se individualmente com outras moléculas de oxigênio. Pode ser formado naturalmente, pela ação dos raios UV ou pelos geradores de ozônio, que convertem O² em O³. O ozônio (O³) é um gás bastante reativo e altamente instável, ou seja, logo se recompõe a oxigênio (O²).

É um dos oxidantes naturais mais potentes e é também um poderoso germicida. Estas características conferem ao ozônio uma gama de aplicações, sendo utilizado em medicina como também em processos industriais, tratamento de águas, alimentos, gases, efluentes e também como agente clareador/branqueador. O ozônio é um gás nocivo apenas para as vias respiratórias, devendo sua utilização ser feita sempre com cautela. (FRASCINO, 2014)

O ozônio, em relação ao oxigênio, é dez vezes mais solúvel, tem uma maior capacidade para se difundir e penetrar nos tecidos, assim como para se dissolver no plasma sanguíneo e nos fluidos extracelulares.

O ozônio não permanece estável nesses meios líquidos, já que é um potente oxidante, e reage imediatamente com moléculas presentes nesses meios, chamadas de antioxidantes, proteínas, carboidratos e ácidos polinsaturados. (BOCCI, 2005).

Esta reação do ozônio com as moléculas do organismo é separada em dois processos:

  1. Reação inicial do ozônio: a molécula de ozônio é oxidada pelo ácido ascórbico, grupos de proteínas sulfidrila e glicoproteínas. Esta primeira reação é importante porque geram espécies reativas de oxigênio (ROS). ROS são neutralizadas no máximo em um minuto pelo sistema antioxidante.
  2. Peroxidação lipídica: No plasma hidrofílico, uma molécula de olefin (partícula de ácido aracdônico presente no 14plasma de triglicérides) e uma molécula de ozônio geram duas moléculas de aldeídos e uma molécula de peróxido de hidrogênio. Essas duas reações,completas em segundos, geram peróxidos de hidrogênio e uma variedade de aldeídos que são produtos lipídicos oxidantes (LOPs).

Sabe-se agora que não é o ozônio, mas sim as ROS e LOPs responsáveis pela sucessiva multiplicação de reações bioquímicas que acontecem em diferentes células por todo o organismo. O ozônio é eliminado pelos antioxidantes presentes no plasma e a segunda reação a responsável pelos efeitos terapêuticos. (BOCCI, 2005)

Apenas concentrações submicromolares de LOPs em diversos tipos celulares podem estimular a proliferação e a atividade bioquímica, sendo que a toxicidade depende da concentração e da localização tecidual, portanto os LOPs podem ser prejudiciais ou benéficos. Mas a toxicidade do LOPs em vivo tem se mostrado praticamente irrelevantes, quando o tratamento é realizado corretamente e de forma segura devido às seguintes razões: diluição muito rápida nos diversos tecidos, fazendo com que sua concentração não alcance níveis tóxicos; a neutralização destes por agentes antioxidantes é realizada efetivamente; detoxicação quando associado com alguns tipos celulares; excreção biliar e renal; bioatividade, já que possuem a capacidade de atuarem como mensageiros para o Sistema Nervoso Central, informando quando há um estresse oxidativo mínimo, gerando assim uma resposta de proteção. (BOCCI, 2005)

Outro fator decorrente da ação do ozônio é a diminuição da viscosidade sanguínea. As plaquetas produzem um resultado semelhante, ou seja, a ozonioterapia também exerce um efeito anti-adesivo e profilático contra trombos .Muitas amputações podem ser evitadas com a ozonioterapia. (COPPOLA et.al, 1992)

A ação direta antimicrobiana contra bactérias, vírus e fungos que o ozônio exerce, é devido a esses microorganismos não terem um sistema de tamponamento antioxidante, portanto o estresse causado pelo ozônio, acaba tornando-os frágeis. Já a ação microbicida indireta do ozônio é resultante das mudanças metabólicas que este provoca. (PEREIRA et al 2005; WALSH et.al, 1980; WENTWORTH et.al, 2002).15

Os peróxidos resultantes da reação do gás ozônio com dois carbonos insaturados, presente em ácidos graxos, também são uma causa importante de toxicidade, e atuam também nos grupos sulfidrilas de certas enzimas, resultando na interrupção da atividade enzimática celular normal. No caso das bactérias, a morte é rápida e é freqüentemente atribuída a mudanças na permeabilidade celular seguida pela lise celular. Entretanto a lise, provavelmente não é por um mecanismo primário de inativação, mas como conseqüência de uma alta concentração de oxidante. (OLIVEIRA, 2008).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOCCI, Velio. Ozone A new medical. Dreeg Springer, Siena Italy, 2005

BROOKS. F. Geo, CARROL C. Karen, BUTEL S. Janet, MORSE A. Stephen, MIETZNER A. Timothy. Microbiologia Médica. In: MITCHELL, G. Thomas. Micologia Médica. 25 ª Edição. Porto Alegre: AMGH, 2012, p, 625 – 664

COPPOLA, L.; VERRAZZO, G.; GIUNTA, R.; LUONGO et al. Oxygen/Ozone

therapy and haemoreological parameters in peripheral chronic arterial occlusive diseases. Thromb Artheroscler 1992;3. p. 83-89.

Cruz HFO, Filho IB, Ampuero BPL. Evaluación “in vitro” de La asociación

Del efecto antimicrobiano del ozono unido a vehículos y medicamentos de

accion prolongada. Acta Odont Venez 2008;46(2):1-8.

FRASCINO V. Alexandre, NOGALES G. Carlos. Ozonioterapia : Relatório técnico. 31 folhas.Odontologia –ABOZ, São Paulo, 2014.

OLIVEIRA, J.O.J. Fisiologia da ozonioterapia. Apostila do curso de ozonioterapia,

março de 2008.

PEREIRA. M.M.S; NAVARINI, A.; MIMICA, L.M.J.; PACHECO,Jr. A.M.; SILVA,

R.A. Efeito de diferentes gases sobre o crescimento bacteriano: estudo

experimental “in vitro”. Rev Brás Col Cir 32, 2005.p.12-14.

Revista Española de Ozonoterapia vol. 4, nº 1. pp. 9-15, 2014

Editado por AEPROMO (Asociación Española de Profesionales Médicos en Ozonoterapia) Creative Commons: reconocimiento, no comercial, compartir igual

ISSN: 2174-3215

Orlando Madella Jr e Luciana L. C. Pregnolato de Oliveira.

04/01/2017                                                              

Alta Freqüência 

Os aparelhos utilizam uma corrente alternada com freqüência alta, que, ao passar por um eletrodo de vidro onde está retido um gás, ioniza as moléculas deste gás, produzindo um campo eletromagnético que gera ozônio (03), na parte externa do vidro. Ozônio (O3) é uma substância gasosa normalmente presente na atmosfera terrestre. Pode ser obtido artificialmente através da ativação energética do oxigênio em um campo elétrico. Trata-se de uma ligação altamente instável.

TIPOS GÁS.

Néon – avermelhado

Chenon – arroxeado

Argon – azulado

 

OBJETIVO.

- tem ação bactericida e bacteriostática. Também viricida (que pode destruir o poder infeccioso dos vírus)  e fungicida;
- aumento o número médio de fibroblastos ( regeneração do tecido);
- aumenta a capacidade de absorção do O2 por parte do eritrócito (são as células mais numerosas do sangue);
- estimula o sistema imunológico ou sistema imune (é de grande eficiência no combate a microorganismos invasores).

 

                    Efeitos Fisiológicos

Esta terapia bio-oxidante tem indicação no tratamento de feridas pois, além da ação bactericida e bacteriostática, promove a proliferação do tecido de granulação, como:
- lesões crônicas (pé diabético, ulcerações vasculogênicas, úlcera da bacterianas, micóticas e virais (herpes simplex e herpes zoster);
- patologias dermatológicas (acne, eczema, psoríase);
- lesões agudas (úlcera pós-flebítica, lesões infectadas, etc).                                                                                                                                                - infecções bacterianas, micóticas e virais (herpes simplex e herpes zoster);
- patologias dermatológicas (acne, eczema, psoríase);

- hemostática ( estanca o sangramento e auxilia na cicatrização local;

 

                    Técnicas de Aplicação

Fluxação – o eletrodo deve estar em contato direto na pele. Esta técnica serve para descongestionar e desinfectar a pele.

Possui efeito bactericida e antiprurídico.

Faiscamento Direto – o eletrodo deverá estar afastado da pele por alguns milímetros.

Possui efeito antisseptico e vasodilator. De 2 a 3 segundos.

Faiscamento por Rajadas – o eletrodo deverá ser encostado e afastado alternadamente no tecido. Possui efeito hemostático.

 

Tipos de Eletrodos de Vidro

Standart;

Cachimbo;

Periungueal;

Rabo de Baleia...etc

04/01/2017

Prof° Pdgo Orlando Madella Jr

 

 

 

Podólogo Orlando Madella Jr.
Av. Paulista, 807 - Conj. 1012
Fone: (11) 3266-4710

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